Nono dia – Um maravilhoso desjejum nos aguardava com verduras frescas tiradas da horta, morangos frescos, pão caseiro, mel do local e chá do jardim de ervas. Em seguida fizemos uma profunda partilha, nos despedimos e seguimos rumo a Leesoja onde vive a decidida xamã Thule Lee. O local aguardava por nós, cheio de flores e perfumes de ervas. A xamã nos recebeu de braços abertos. Percebi que ter vindo aqui em anos anteriores, serviram pra que ela confiasse em mim e pudesse nos receber de forma tão amorosa. Vi também o excelente trabalho de Ylle, nossa estoniana que vive na comunidade de Terra Mirim, que cuidadosamente manteve vínculos de aprendizagem com Thule Lee. Uma verdadeira celebração! Estávamos em casa. Ficamos acomodadas todas juntas em uma espécie de mezanino de uma antiga casa que guardava os alimentos e acolhia os mortos da família. “Aqui ficavam nossas preciosidades: nosso alimento e nossos mortos”, me falou a xamã. Ylle foi explicar ao grupo os detalhes daquele espaço, a mesa que faríamos nossas refeições, os sanitários alternativos, a lagoa, o local onde realizaríamos nossa cabana da purificação, o tip e principalmente o local onde o estoniano nasce, vive e morre: a sauna construída de madeira local, esquentada com lenha da própria mata, limpa com água da fonte e perfumada com ervas do jardim. “Aqui resolvemos todos os nossos problemas”. À saída da sauna, um incrível ofurô. Tudo construído de forma original, sem adereços importados e por isto nos remetia a misteriosos espaços interiores. Preparamos-nos para nosso rito da sauna onde a xamã Alba Maria passaria ensinamentos para deslocamentos de padrões e abertura dos sentidos. O belo e poderoso rito se estendeu até a madrugada, intercalado por banhos no lago de águas geladas.
Dias anteriores nas postagens abaixo. Acompanhem as novidades do diário da nossa Jornada!
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