Quarto dia – Hoje fomos ver algo inimaginável pra maioria das pessoas: a cidade das formigas. Uma comovente floresta onde as formigas são respeitadas. O guardião do local, um senhor forte de quase oitenta anos e profundos olhos azuis, explicou-nos detalhadamente como vivem as formigas, seus hábitos e costumes. À entrada da floresta ele pediu licença a terra para que pudéssemos entrar. Fomos caminhando devagar e cuidadosamente. Um silêncio pacífico nos acompanhava, só quebrado pela voz do senhor Ain Erik ou quando alguma de nós perguntava algo. Vimos o maior formigueiro do local com incrível 1,90m. As formigas trabalhavam em uma festa de felicidade. De acordo com o senhor Ain “elas são muito organizadas, aquelas que se acasalam têm asas e depois do acasalamento perdem as asas e vão morar no local mais profundo do formigueiro, chegando a viver por 25 anos, enquanto as obreiras vivem entre 2 a 3 dias. Alimentam a rainha, as larvas e a si mesmas com néctar retirado de insetos que ficam nas folhas. Suas cidades são grandes, podem ter várias rainhas em um mesmo formigueiro, constroem estradas, rodovias e transitam por elas sem parar. “Nesta floresta” - explicou o guardião - “temos várias madeiras no chão, são as pontes e viadutos que fizemos para não pisarmos nas nossas irmãs. Elas, assim como os seres humanos, têm sistema digestório, sistema nervoso e sistema circulatório, onde até mesmo um coração existe. Elas sentem assim como nós sentimos, só que são bem mais antigas que nós, datam de 100 milhões de anos na face do planeta.” Seguíamos caminhando por aquela floresta observando também as casas das fadas, gnomos e anjos (eu não consegui ver duendes). Conversamos sobre magia, mitos e em seguida nos despedimos. Outra misteriosa floresta nos aguardava. Pisávamos no musgo macio, odores suaves nos acompanhavam e o silêncio era nosso guardião. Partilhamos o alimento e cada uma daquelas mulheres ia se revelando. Aquela altura era impossível esconder o medo da sobrevivência, o pânico diante do mistério, algumas vezes a falta de solidariedade de algumas, a dor da solidão. Eram mostradas sombras que precisavam ser transformadas e luz que precisava ser cuidada: o olhar cúmplice, o riso solto, a compaixão, a entrega e a imensa solidariedade da maioria. Na chegada da casa que nos hospedava um bom banho gelado no rio e uma boa sauna estoniana nos aguardava.
Dias anteriores nas postagens abaixo. Acompanhem as novidades do diário da nossa Jornada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário