sábado, 18 de abril de 2009

Caminhos dos ancestrais na Estônia - Notícias - Dia 10




Décimo dia – Hoje era um dos dias mais festejados. Iríamos construir nossa cabana da purificação. Após o delicioso desjejum, fomos realizar nosso serviço inicial de limpeza do espaço onde realizaríamos nosso rito. Acesa a pequena fogueira dentro do tip, o tambor começou sua canção, ervas foram colhidas na mata e mergulhamos em nossa linha do destino. O sol brilhava no horizonte, céu azul, pássaros cantavam e a fumaça anunciava às quatro direções nossa arte vivência. Pouco a pouco íamos tecendo a teia: limpamos as madeiras, acendemos o fogo, construímos o altar, maceramos as ervas. Tudo era feito na linha do tempo e memórias iam sendo atualizadas naquele espaço bendito. O sol fazia seu percurso e a lua chegava silenciosa. Tudo pronto, fomos banhar-nos na lagoa fria, mas acolhedora. Entramos na cabana com toda reverência que precede aos ritos realizados pela Xamã Alba Maria. As pedras iam chegando com seu calor e brilho. A entrada da cabana foi fechada. A oração da Grande Mãe abriu o momento e trabalhamos de maneira indizível os três mundos. Um tempo de eternidade, silêncio e pacificação. Tempos em tempos a Xamã abria a entrada e perguntava quem desejava sair, só uma pessoa precisou sair. E foi cuidar da fogueira que estava solitária. Ao final todas saíram reverenciando aquele espaço sagrado, o ventre da Mãe. O céu mostrava suas cores vivas, a fogueira brilhava, deitamos no chão e sentimos o pulsar da vida. O banho na lagoa nos aguardava mais uma vez. Certamente nosso DNA se transformara.

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