Estava vendo a noite chegar, e o dia ir se retirando. E comecei a pensar sobre o medo de amar. O desesperado grito do coração por amar e as memórias atravessando o corpo, rasgando a possibilidade da entrega. Conheço muitas pessoas assim, marcadas por experiências complicadas, se fecham e aprisionam a leveza de ser. O rosto endurece, a fala amarga, os gestos duros, vazios de carinho. Mas dentro, lá dentro, o desejo de amar, de partilhar felicidade e aconchego.
Me lembro que uma vez fiquei assim também, era tanto medo, tanta desconfiança que quando o amor bateu `a minha porta resisti duramente a abrir. "Por que vens bater `a minha porta, anjo azul? Por que não me deixas aqui escondida em meu castelo e protegida da dor?" Perguntei ao amor. Eu sentia que teria um preço a pagar. Tinha medo. Mas ele não se deu por vencido. Levantou sua espada de luz e em meu coração tocou."Venho em nome do Amor maior e te quero lembrar que o que chamas sofrimento é a experiência do não ser, do nada ter, nem mesmo o menor desejo. Aceita-me no mais profundo de te e terás descoberto a centelha de vida e luz que te aquece e te enebria a vida." Respondeu-me o amor . E amei e amo, mesmo nos momentos em que a tristeza me toma. Entrego-a a Deusa Mãe e sigo meu caminho. Você não quer experimentar também fazer assim?