O dia nasce sereno, o cantar dos pássaros se faz ouvir nos arredores. Lanço minha oração à Deusa Mãe e clamo por Seu amor. Vou seguindo cantando minha canção em um diálogo constante com as ervas. Lá, no espaço onde planto e cuido delas, sento e medito, respirando a paz que elas emanam. Lembro da conversa que tive com um griô, homem antigo da região, um "zelador", conhecedor dos caboclos, das energias subjetivas. Olhando pra ele, me vi também, uma zeladora, cuidando constantemente dos ensinamentos da Deusa. Renunciei a tudo que não me acrescentava, a tudo que o mundo da fantasia me ofertava. E o preço foi precisar estar comigo, me conhecer, me revirar pelo avesso. Assumir minha forma, meus cabelos brancos, meu corpo já não tão ágil, mas definitivamente meu.
Em minha felicidade me vejo cantando e celebrando, vivendo meu sonho, seja em estado onírico, seja em estado de vigília. Não importa, o reconheço sonho meu, em mim, nas minhas células, no meu corpo, na minha alma.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
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