Andando pelos caminhos internos de mim me percebo mais solta, livre. Me perguntei como uma pessoa de 60 anos, portanto idosa, pode se sentir assim, tão plena no exercício de suas funções, tão cheia de vida? E fui fazendo uma viagem no tempo, ao meu tempo. Escutei as vozes das pessoas que me diziam: velhice é horrível! Velho sempre está doente, reclamando de tudo, doença de tudo quanto é lado! Fui vendo que meus conceitos de velhice não incluíam a maturidade e a plena aceitação de quem se é e de quem se foi. Vejam, não estou negando todas as limitações que sinto em meu corpo. Percebo meu caminhar mais lento, o cansaço que me chega mais rápido, os sintomas que migram parecendo brincar em meu corpo.
Sim, sei que meu templo corporal está se diluindo, querendo retornar à casa original. Mas ao mesmo tempo me vejo criando mais e mais, me vejo seguindo caminhos outrora impensáveis, me vejo fazendo arte e artesanato, sentando na porta com minhas amigas, orientando os mais jovens, compreendendo tanto meu companheiro! E principalmente me sentindo viva, despertando minhas células para que elas experimentem o deleite de poder escolher. O que quero e preciso fazer: seja viajar, seja escrever, seja meditar, seja fazer ritos…e amar, amar quem amo, sem conceitos, sem medos de escolhas. Meu coração escolhe e sigo. E vou, me proporcionando experimentar e sentir o gosto da fruta madura, do alimento que o cosmos me oferece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário