Dia 27 próximo me reunirei mais uma vez com mulheres pra falarmos de
nós, fazermos artesanatos e dialogarmos sobre nosso cotidiano. Em
seguida , nesse mesmo dia farei o rito de wachuma. Dia de intenso
trabalho, de profunda ternura e simplicidade. Penso em nossas buscas,
caminhadas profundas, desejos tão viscerais, calados, escondidos,
chorados em cantos solitários. Nossas mentes impulsionadas por nossos
próprios conceitos sendo obrigadas a decodificar pensamentos que vindos
de não sei onde chegam atravessando, rasgando, mostrando, denunciando. O
corpo ferido e mascarado de alegria, o coração queimando e mascarado de
desapego, de uma insana compreensão. E esse feminino ardente, que não
tem coragem de se expor. Porque dói, porque não quer mostrar a ambição
guardada, a sexualidade explosiva, a agressividade aprisionada. Então
morre e mata. Inexplicavelmente se vai, se torra e se maldiz. Mas sorri,
porque diz ser forte, mas abre os olhos e insiste em cantar.
domingo, 14 de outubro de 2012
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