Meditei sobre minha vida nos campos perfumados onde brotam as quaranas, os eucaliptos, as espadas de ogum,
Onde rebentam os buquês de cashmere.
E me percebí mais serena, mais lenta em meu caminhar.
Reví meu rosto no espelho das águas e me comoví com minhas rugas,
Meus fios fartos de cabelo branco me falavam do meu ciclo final aqui na Terra, minha Deusa amada.
Escutei meu alfabeto interior me falar de renúncias, de mudanças em minhas atividades,
E comecei como a águia que troca suas penas, seu bico e suas unhas, a arrancar de mim desejos e sonhos
que não poderia dar continuidade.
Esses desejos e sonhos já não mais poderiam me pertencer
Eram desejos e sonhos que deveriam ser sonhados por outros/as,
Eram fragmentos de mim que seriam espalhados como punhados de areia ao mundo
para que aportassem em outros corações apaixonados e os fizessem acontecer.
Meu tempo agora é de consolidar o que já houvera construído.
Me ví com meu amor humano juntinho de mim,
O homem que a Deusa escolhera pra mim há 16 anos,
E sentí que precisava mais e mais me dedicar por amor, regando , cuidando, aprendendo,
da minha doce plantação.
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