quinta-feira, 23 de abril de 2009

Jornada na Islândia - Dia 2

Segundo dia – Hoje tivemos um dia recheado de caminhadas e surpresas. Seguimos pra ver o esplendoroso local onde as gaivotas e andorinhas do mar faziam seus ninhos e cantavam estridentemente suas canções. Eram milhares de pássaros aconchegados nas cavidades das imensas falésias de Þúfubjarg. O profundo azul do mar dava a sensação de eternidade e a única coisa que podíamos fazer era deitar no musgo macio e contemplar lá embaixo a vida e sua infindável rede. Dali descemos para andar nas misteriosas pedras de Lónadrángar, onde tentaríamos acalmar nossa mente para permitir que os seres escondidos nos mostrassem nosso local de dormida. Iniciamos a preparação do rito dos sonhos, as canções e os pedidos de permissão para estar ali durante a noite. Diante das gigantes pedras “nosso templo, todo islandês vem aqui”, cantamos e oramos. A Xamam pedia por todas as pessoas do planeta e principalmente orava para o povo escondido, para os animais, vegetais e minerais. Era comovente ver tudo aquilo. O contraste entre a força da Mãe Terra e seus elementos e a fragilidade do ser humano. Depois que cada uma foi presenteada com seu espaço, desfrutamos de um delicioso piquenique e seguimos para Hellnar. Aqui fizemos o rito de passagem por um buraco que o mar construíra, encravado dentro das pedras. Na passagem sentimos a força do vento que vinha das entranhas da Mãe. Contemplamos a paisagem e seguimos para fazer uma caminhada maravilhosa através das terras conhecidas como Hellnahraun. Foram 2,5km de puro êxtase! De um lado a paisagem lunar se mostrava, com suas pedras vulcânicas e musgo verde prateado, tendo ao fundo o silencioso glacial com seus guardiões. Do outro lado, o oceano azul e as falésias artisticamente trabalhadas pelas divinas mãos do (a) Criador (a). Em profunda conexão, seguimos para Hof a fim de pegarmos os equipamentos para a dormida. Jantamos e retornamos para Lónadrángar. Eram quase 11hs da noite e o sol continuava a brilhar no céu azul. Realizamos nosso círculo de partilha, onde falamos sobre nossos sentimentos e nossas expectativas. A Xamam encorajou alguns que diziam estar com medo e nos recolhemos nos braços da Mãe Terra. O vento frio porém suave, cobriu nossos corpos. Os pássaros ainda cantavam e o glacial ao longe nos observava. No céu claro, as formas se mostravam em ondas de amor e luz e assim o silêncio nos acolheu. Para algumas, foi uma noite densa, cheia de pesadelos. Para outras, pura felicidade e revelações. Era o encontro do ser humano com seus mitos interiores.
Dias anteriores nas postagens abaixo. Acompanhem diariamente as novidades da nossa Jornada!

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