segunda-feira, 23 de abril de 2012

Perdendo intimidades


Pois então...pensei, meditei e escrevo agora um pouco de minhas reflexões. Da velocidade de nossas vidas, do tempo que consome Ele mesmo a cada instante, insaciável, com uma pressa que me deixa tonta. Criamos uma roda viva que quase não nos deixa pensar, não nos permite cuidar de nós, me parece que perdemos a intimidade com nossos corpos, nossas células e com nosso próprio desejo. Sabemos do outro, da vida do outro, da necessidade do outro, mas de nós mesmos/as o que sabemos? Quando algo fala mais forte em nós, sentimos medo e corremos em busca de um outro esperando tal qual um paciente impaciente que nosso caminho seja traçado por aquele espelho humano que diante de nós nunca nos viu, nunca olhou dentro de nosso olhos e percebeu a beleza escondida em nosso coração. Ele, que espantado diante do desconhecido também não se conhece, nem tampouco nos conhece. Desconhecidos tentando se compreender. E o papel vem como uma salvação. Nome, endereço, família, estudo...nos sentimos seguros/as, ele, o inconhecido e nós.Que pena que não possamos dizer de nossa dor maior, pena que não possamos chorar juntos/as o ato do desconhecimento de nossa alma, essa fibra poderosa que por estarmos distante dela e não a conhecermos, provoca a angustiante solidão que nos leva a falencia pessoal , a falencia do diálogo verdadeiro com nossas células.
E assim continuamos sendo consumidos/as pelo tempo implacável ou, para que tudo possa estar aquietado em nós, prometemos a nós mesmos/as e na maioria das vezes não cumprimos, que no dia seguinte tomaremos as devidas providencias para que possamos ao menos nos apresentar.Diante da natureza me apresento, Eu e eu, o/a outro/a de mim.

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