quinta-feira, 23 de junho de 2011

Em terras longínquas

E cheguei nas terras germânicas no final de maio, o sol estava causticante até o dia anterior, mas na minha chegada os primeiros pingos de chuva se anunciaram e com eles o frio.  A mudança do tempo. Sentí as águas saudando, de saudar e de saudade… afinal fazia um ano que por aqui não vinha.
As plantas que margeiam as estradas desse belo país estavam secas, amareladas do sol que não dava trégua e agora, com a chuva abundante começariam a ficar verdes outra vez. Dia seguinte, observei minha agenda, fiz alguns ajustes e me dei o direito de observar a floresta e o pequeno riacho que fica atrás da casa de amigos que me abriga. Permanecí assim durante muito tempo me revendo, me fazendo chegar e agradecendo por poder estar ali, vendo a chuva cair, o frio acontecer e o tempo se prolongar. São 14 anos de vinda para Alemanha, no início nada foi fácil. Terra estranha, idioma mais estranho ainda. Caminhava pelas ruas como alguém que vê tudo pela primeira vez e precisa aprender rápido, pois a idade não permitia mais as perguntas inocentes ou o olhar desatento. E foi assim que aprendi a compreender de forma mais profunda os gestos e a linguagem corporal. Hoje ainda não sei o idioma falado, mas conheço a melodia das palavras, o olhar que diz sim e não, a forma de expressão corporal. Hoje conheço o que eles chamam floresta -pinheiros em sua maioria- e lindos recantos.

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