sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Clamor à Deusa

Esses dias depois de tanto trabalho e de ter visto tanto jogo de interesse, fui ficar na minha janela e clamei pela Deusa Mãe. Pedí a ela com todas as minhas forças que Ela encarnasse no planeta e trouxesse luz. Ví que nenhuma força humana poderia mudar as cenas de injustiça e de violência. Como em um filme a Deusa me mostrava os milhões de seus filhos: os órfãos esquecidos pela justiça, seres sem pai ou mãe onde se referenciassem, órfãos emocionais, sociais e espirituais. Não eram só as crianças que Ela me mostrava, mas os jovens, os adolescentes, os adultos e anciões que vagavam sem destino nesse planeta. Em uma macabra marcha de dor e solidão, engolidos por um sistema que perverso, provoca, mas exatamente na hora de usufruir retira e pune. 
Como dizer a um/a jovem que nada têve, que o acesso à escola não vai lhe dar o direito de frequentar uma universidade porque a dita escola nem aula tem, um verdadeiro faz de conta, como dizer a esse/a jovem que seja correto, que permaneça imune aos estímulos da mídia e se contente em ganhar (quando ganha) R$25 ou R$30,00 ao dia carregando tijolos para encher uma carga de caminhão enquanto outro jovem colega seu ganha R$250 ou R$300,00 ao dia vendendo drogas? Claro que sei que alguns resistem, são nossos heróis anônimos, mas nem todos nasceram pra ser heróis. Pois é, fiquei assim, clamando, chorando e orando. Olhei pra o céu e ví uma estrela cadente, ela brilhou mais que o costume, se prolongou e me fêz pensar que era a Deusa olhando pra mim e cuidando de nós. Agradecí e fui dormir certa de que iria pra um campo de realidade onde a paz e a solidariedade eram distribuídas como bênçãos dos/as xamãs. Mãe nossa, que estais no céu, na terra e em toda a parte...

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